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sábado, 25 de outubro de 2014

EDUCAÇÂO: Em Oliveira de Frades - Pré-escolar é o grau de ensino com descida mais acentuada

No seguimento do trabalho que publicámos na semana transacta, com dados dedicados ao concelho de Vouzela, esta semana damos destaque aos números do concelho de Oliveira de Frades. O cenário para o qual olhámos é o mesmo: os números do ensino pré-escolar e o 1.º Ciclo, com uma década de diferença: 2004/2005 e 2014/2015. E também aqui as diferenças foram mais do que muitas, com o primeiro grau de ensino a ser o mais afectado. São menos 40% do que há apenas 10 anos. Uma diferença significativa e em linha com os dados apresentados na edição passada e que se reflectem também no concelho sampedrense. 


Oliveira de Frades foi um dos primeiros concelhos do distrito a ter agrupado os seus estabelecimentos de ensino em apenas um único agrupamento. Assim, todos os alunos a frequentar as escolas do concelho pertencem à mesma estrutura de responsáveis, ainda que a Câmara tenha a logística do pré-escolar e do 1.º Ciclo sob a sua alçada. Desde que entrou em funções, Luís Vasconcelos providenciou pequeno-almoço e lanche, gratuitos, para todas as crianças. A rede de transportes também foi melhorada e incrementada e chegaram mesmo a ser oferecidos, a todas as crianças, os manuais escolares. Uma situação que entretanto, e face à conjuntura económica, veio a sofrer um revés, uma vez que actualmente apenas os alunos mais carenciados têm ajuda neste ponto. E é assim que o autarca acredita que é possível reverter os números que se têm vindo a registar, tendo previsto, assim que o orçamento municipal permitir, uma expansão de apoios. Mas para que haja um maior número de filhos, nem só os apoios contam. As condições de educação também têm uma palavra a dizer e em Oliveira de Frades as mudanças têm sido mais do que muitas. A requalificação da escola sede, que terminou recentemente, num investimento de 18,5 milhões de euros, e a construção do centro escolar, que deverá estar pronto no próximo ano, são dois exemplos inequívocos da aposta feita neste sector por estas paragens. Não será o suficiente para decidir o número de filhos ou mesmo se haverá filhos. No entanto, há ainda outro dado a juntar a esta verdadeira miscelânea de factores: o emprego. Oliveira de Frades tem conquistado, ainda que o cenário esteja diferente de há alguns anos, casais em idade activa graças ao Parque Industrial, o que bem pode ser considerado um factor positivo. 

Pré-escolar
Pré-escolar
Pré-escolar
Mas vamos aos números. Corria o ano de 2004/2005 e Oliveira de Frades tinha 296 crianças inscritas no ensino pré-escolar. Naturalmente que a sede Oliveira de Frades se destacava com meia centena de crianças nos seus estabelecimentos de ensino. Ainda que um pouco distantes, Vilarinho, situado estrategicamente perto da vila e junto à Zona Industrial oliveirense, tinha 25 crianças, Souto de Lafões 24 e o da Sobreira 22. De entre os números, mas em sentido contrário, destaque para Arca, com apenas 8 alunos e Sejães, com 7. Eram estas duas freguesias que tinham menos alunos neste grau de ensino. Mas passaram 10 anos e a realidade mudam muito. Agora há 177 crianças inscritas neste grau de ensino e menos jardins-de-infância abertos, dada a diminuição do número de interessados. Oliveira de Frades é excepção, mantendo 50 alunos. Souto e Vilarinho também mantêm duas dezenas de crianças. Quanto aos estabelecimentos com um menor número de alunos, Varzielas ocupa o primeiro lugar da lista, com apenas 4 alunos. Segue-se Pinheiro e S. João da Serra, ambas com 7. Apesar de ser uma forma de analisar a realidade concelhia, é preciso ainda ter em conta, e isto é válido para vários graus de ensino, que nem sempre as crianças frequentam o estabelecimento de ensino da sua área de residência. Por vezes os pais preferem deslocar as crianças para mais perto dos seus locais de trabalho, no sentido de facilitar a logística familiar. 

1.º Ciclo
1º Ciclo
1º Ciclo
Relativamente ao primeiro ciclo, são menos 25% de alunos, entre 2004/2005 e 2014/2015. Há 10 anos, o concelho oliveirense tinha 504 alunos neste grau de ensino, sendo que neste ano lectivo tem apenas 379 crianças. S. João da Serra é um dos casos mais gritantes. Passou de 21 alunos para o encerramento ainda no ano lectivo transacto. A emigração é porventura uma das causas mais estruturais para este cenário, apontada como uma das fontes de vários problemas, onde a taxa de natalidade está incluída. Em Quintela, freguesia de Arcozelo das Maias, que entretanto também fechou portas, estavam inscritos 17 alunos. Mas olhando ainda para a realidade de há uma década, refira-se ainda que estavam em funcionamento mais de duas dezenas de escolas, reduzindo, nestes 10 anos, para apenas oito estabelecimentos de ensino. Um número que vai reduzir de forma ainda mais significativa já no próximo ano. Isto se as obras do centro escolar terminarem em Junho, conforme está previsto. Apenas, segundo a Carta Educativa, as escolas de Ribeiradio e Arcozelo das Mais se vão manter de portas abertas. Os restantes alunos serão deslocados para a sede do concelho. E enquanto Oliveira de Frades e Souto mantém números razoáveis, Carregal e Varzielas não chegam às duas dezenas de alunos. Mas, tal como dissemos, serão situações provisórios, estando apenas à espera do novo centro escolar, localizado na antiga EBI.

Nascimentos
Taxa bruta de natalidade(1981, 1995, 2001, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013)
Taxa bruta de natalidade(1981, 1995, 2001, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013)
No que aos nascimentos diz respeito, no concelho de Oliveira de Frades, os dados mais recentes são de 2013. A taxa bruta de natalidade está apenas nos 8, o que significa a segunda taxa mais baixa do concelho oliveirense. Só em 2009 houve um valor mais baixo, situado nos 7. No entanto, e ainda assim, é preciso sublinhar que esta é a taxa mais alta dos concelhos de Lafões, ficando também acima da média nacional que, em 2013, foi de apenas 7,9. Números que se explicam com a conjuntura económica, mas também com uma distinta forma de olhar para a família e que têm naturalmente repercussões quando olhamos para o número de alunos em escolas e jardins-de-infância. Refira-se ainda que em demografia, por taxa de natalidade, ou ainda taxa bruta de natalidade, deve entender-se o número de crianças que nascem anualmente por cada mil habitantes.

Fonte: NV

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